Nova exposição Frevo Vivo, no Paço do Frevo, presta homenagem ao Clube de Fados Taboquinhas
Na noite da quinta-feira (29.05) o Paço do Frevo – em Recife inaugurou sua nova exposição principal: “Frevo Vivo”. A Mostra, que antes ocupava as salas no térreo do Museu em uma versão menor, foi expandida para todo o terceiro andar, com duas novas salas adicionadas ao circuito, além da redistribuição dos elementos que já ocupavam o salão antes da reforma. O Paço é o museu público municipal mais visitado da capital – mais de 1 milhão de pessoas já o visitaram desde a sua abertura.
Com nova identidade visual, “Frevo Vivo” foi renovado e segue como exposição permanente no 3º andar do Museu, direcionando os pés de quem caminha por ele. O Paço do Frevo é um museu público da Prefeitura do Recife gerido pelo IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão. A iniciativa ganha nova roupagem, com mais de uma década após ter sido aberta, junto com o equipamento cultural que salvaguarda o ritmo em essência, mas também como movimento que se renova e reverbera para além dos dias de Carnaval.
Um dos destaques dessa Exposição é o registro fotográfico prestado ao Clube de Fados Taboquinhas, fundado em 1924, em Vitória de Santo Antão, na Mata Sul pernambucana. Taboquinhas é a única agremiação remanescente no País ao som de orquestra de pau e cordas. Na Terra das Tabocas, o desfile carnavalesco exibe dois cordões de moças e rapazes que desfilam vestidos com as cores de Portugal, estandarte e flabelo à frente, instante em que Senhora Helena e Sinhá Pequena embalam o ritmo batendo no chão, e a música tem evidente vinculação com o frevo-de-bloco, inclusive pela presença de instrumentos de pau e corda: violino, rabeca, cavaquinho, violão, banjo, atabaque, pandeiro; embalados pelas coreografias que consistem em evoluções no cordão.
No novo espaço, a experiência dos visitantes é aprofundada com duas novas salas imersivas: “Nós no Frevo”, uma projeção, concebida e dirigida pela passista e professora Rebeca Gondim, que traz coreografias inéditas voltadas para a diversidade dos corpos de passistas e em espaços por todo o Recife. Os ares convidativos “exigem” sentir a embriaguez do frevo, numa quase literalidade do “entra na cabeça, depois toma o corpo e acaba no pé”.
Já na “No Compasso do Frevo”, o visitante vira maestro. Através de uma tela é possível comandar a música, destacando cada um dos instrumentos que a compõem, e ainda eleger se a composição será executada no compasso do frevo de rua, frevo de bloco ou frevo-canção. Uma composição de Rafael Marques e Isadora Melo, feita sob encomenda para o Paço, pode ganhar acordes de um frevo de rua, de bloco ou de um frevo-canção. Fica ao gosto do visitante-maestro.
O salão do terceiro andar foi reformado e os estandartes expostos, que antes ficavam no chão, foram redistribuídos pelo teto e em vitrines; pedido que veio da escuta feita pelo museu aos artistas e pela comunidade do frevo. Representando os calungas, o Homem da Meia-Noite a Mulher do Dia são os primeiros bonecos gigantes escolhidos para a exposição, que revezará bonecos ilustres ao longo dos meses. Já o projeto expográfico é da arquiteta paulistana Stella Tennenbaum.
O investimento é da ordem de R$ 5 milhões em recursos incentivados via Lei Rouanet, mecanismo de fomento do Ministério da Cultura. A exposição tem apresentação do Instituto Cultural Vale e patrocínio da Nubank.
SERVIÇO
Abertura da nova exposição “Frevo Vivo”
Onde: Paço do Frevo – Praça do Arsenal da Marinha, s/n, Bairro do Recife.
Acesso gratuito.
Instagram: @pacodofrevo