Militante do MST atropelado em passeata no Recife morre no hospital

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Militante do MST atropelado em passeata no Recife morre no hospital

O idoso Gideone de Menezes morreu na manhã desta sexta-feira (23), 38 dias após ser atropelado em uma marcha pacífica do MST

Victor Gouveia, do LeiaJá

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) comunicou, nesta sexta-feira (23.05), a morte do idoso atropelado no dia 15 de abril, próximo ao Compaz Ariano Suassuna, no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, durante a Marcha em Defesa da Reforma Agrária e da Democracia.

Gideone Sinfrônio de Menezes Filho, de 67 anos, conhecido como Sapato, foi atropelado quando um motorista tentou furar o bloqueio feito pela manifestação pacífica. Após deixar o idoso e outro militante feridos, o condutor fugiu do local pela contramão.

Sapato deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Torrões e seguiu para o Hospital da Restauração (HR) com quadro de traumatismo craniano. Ele também sofreu um grave ferimento na região do abdômen e passou por cirurgia de emergência no mesmo dia. O paciente permaneceu internado na UTI da unidade em estado grave até a confirmação do óbito.

O motorista é preso

O motorista foi detido no dia 22 de abril após a Polícia Civil localizar o carro branco modelo Ford EcoSport, que aparece nas imagens do atropelamento, na casa de familiares. Ele foi encaminhado ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), onde prestou depoimento e foi liberado por não estar em situação de flagrante.

No dia seguinte, a Justiça concedeu a prisão preventiva e o condutor foi preso em casa, no bairro do Curado, em Jaboatão dos Guararapes. Ele foi acusado pelos crimes de tentativa de homicídio e omissão de socorro. Contudo, diante da morte da vítima, o motorista deve responder por homicídio consumado.

Atuação no MST

Gideone trabalhou por anos na Usina Maravilha e se juntou à luta por reforma agrária do MST por não receber direitos trabalhistas. Em 2023, ele participou da ocupação dos engenhos Barreirinha e Macota, em Goiana, onde se assentou e passou a cultivar no espaço junto com outras famílias.

“Sua partida é uma perda irreparável para o povo Sem Terra e para todos que o conheceram, familiares, amigos e a companheirada do Acampamento Barreirinha em Goiana (PE). Exigimos justiça e que o responsável por este crime seja devidamente punido”, lamentou o MST nas redes sociais.