O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, do PL, esteve na segunda-feira (24.02), em Pernambuco, onde cumpriu rápidas agendas em Recife, Carpina e Vitória de Santo Antão, onde recebeu o título de cidadão do Município, em evento que aconteceu em cima de um trio elétrico, de onde ele discursou para um grupo de apoiadores que assistia ao ato na Praça do Livramento.

O evento ocorreu após três anos depois de a Câmara de Vereadores da Vitória de Santo Antão rejeitar por ampla maioria o título de cidadão a Jair Bolsonaro que teve o projeto recusado em setembro de 2021, quando o liberal ainda governava o Brasil, e aconteceu seis dias depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciá-lo por tentativa de golpe de Estado.

O projeto de lei foi aprovado na primeira sessão desta legislatura, no dia 3 de fevereiro, obtendo 11 votos a favor dos 19 parlamentares; sendo a segunda vez que o PL foi apreciado, o qual foi apresentado “às pressas, na surdina e sem os devidos trâmites e padrões legislativos” conforme determina o Regimento Interno da Casa Diogo de Braga. O que vem causando desde então um turbilhão de comentários negativos nas redes sociais da localidade.

O ex-presidente Jair Bolsonaro esteve acompanhado de Gilson Machado, ex-ministro do Turismo, e de Gilson Filho vereador do Recife.  O evento contou com a presença de diversas lideranças da sigla, incluindo os deputados estaduais Alberto Feitosa, Renato Antunes e Abimael Santos, além dos deputados federais Coronel Meira e Pastor Eurico.

Ao receber o título, Bolsonaro usou o discurso para criticar o governo atual, comparar seus ministros aos do presidente Lula (PT) e abordar temas como o preço dos alimentos, a pandemia e a política internacional.

O líder de extrema-direita reiterou que não tomou a vacina contra a Covid-19, defendendo sua gestão durante a pandemia. “Não cometi erros”, afirmou. No local, reuniu apoiadores e opositores, que gritaram que o ex-chefe do Executivo seria preso. Ao receber o título, em seu discurso Bolsonaro agradeceu a homenagem. “O título pode parecer pouca coisa, mas é muito para quem sabe valorizar seu povo”, disse. Na sequência, completou: “Não tenho a cabeça chata, mas sou vitoriense”, após antes afirmar por duas vezes “vitorense”.

Ignorando a própria inegibilidade até 2030 e o recente indiciamento pela Procuradoria Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de estado, Bolsonaro colocou seu nome como candidato à eleição de 2026. Reclamou do Governo Lula acusando falsamente que perverte as crianças levando política de gênero para as escolas, além de rebater a acusação de que não gosta do Nordeste e que tenha preconceito com os negros e os gays.

A estratégia de Bolsonaro de sair às ruas para tentar mobilizar a população contra as acusações e em defesa da anistia pode não estar surtindo o efeito esperado. Até o momento, as manifestações de apoio têm sido tímidas, indicando que a adesão popular pode estar menor do que em ocasiões anteriores.