“Vitória tem como desafio a sua reforma urbana e a qualificação”, atesta pesquisa acadêmica
por Rafael Peixoto
Mestrando da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e ter cursado a Especialização em Administração de Marketing pela Universidade de Pernambuco (UPE), Anderson Diego debateu sobre o desenvolvimento econômico da Vitória de Santo Antão com o Blogueiro Lissandro Nascimento, no Mesa Redonda do Programa A VOZ DA VITÓRIA, abordando os principais aspectos desse crescimento econômico e dos empreendimentos que chegam e se fortalecem na cidade. Tudo isso baseado em sua pesquisa científica que aborda a interiorização do desenvolvimento em Pernambuco, sobretudo na Terra das Tabocas.
Segundo Anderson Diego, Vitória de Santo Antão tem sido beneficiada por três motivos: o primeiro é a situação geográfica, por ser a primeira cidade depois da Região Metropolitana do Recife que dispõe de fácil acesso e uma pequena distância até a capital; segundo, pelo histórico da cidade na região que sempre foi forte na questão agrícola; e por último os investimentos que o município já recebeu a exemplo da duplicação da BR 232 e do gasoduto. “Estes dois últimos são importantes para a industrialização. Tendo em vista que a existência de estradas para o escoamento da produção e a outra por existir fontes de energia alternativas”, comentou. Completando com os dados de uso do gás natural nas grandes empresas de Vitória, com a Sadia e a Kraft Foods, ambas utilizam mais de 50% do gás natural como sua fonte de energia.
Um ponto bastante interessante abordado pelo mestrando foi quanto à condição da industrialização andar paralelo com a agricultura. “Assim Vitória não vai perdendo em um setor que sempre foi forte, já que a maioria das fábricas que se instalam no município utiliza-se da matéria prima produzida na cidade, contudo, o crescimento do polo industrial vai ser maior do que o do polo agrícola, apesar de ambos disporem de significativas chances de crescimento”, acredita.
Quanto ao mais novo investimento na cidade – o Vitória Park Shopping, também foi pauta na conversa, pelo qual Anderson Diego afirmou que com esse novo empreendimento Vitória deverá se consolidar como polo alternativo de lazer, gerando emprego e renda. Porém, ele ressalta que é preciso ter um trabalho de logística visando a acessibilidade da população ao local, bem como o cuidado com possíveis agressões ao meio ambiente.
Além do grande momento da industrialização que Vitória vivencia, Diego mencionou a respeito dos outros diversos fatores de desenvolvimento no Estado de Pernambuco, citando a Transnordestina, a Transposição do Rio São Francisco, Gasoduto, Refinaria Abreu e Lima, FIAT e a Copa do Mundo. “Todos trazem grande desenvolvimento econômico para o Estado e principalmente para regiões fora dos grandes polos urbanos”, salientou.
Por fim, mencionou quanto aos resultados alcançados com a sua pesquisa acadêmica. Ele propôs algumas intervenções a médio e a longo prazo, os quais deverão ser tomados a fim de que o desenvolvimento econômico possa andar harmonicamente com o desenvolvimento social. Sugere que Vitória de Santo Antão deva elaborar o seu Plano Diretor que preze pela Reforma Urbana, somado a preocupação diante da qualificação pontual de sua mão de obra local, tudo isso antenado com os três níveis governamentais. Considera ainda que o Município deva fomentar uma campanha de marketing e comunicação a fim de atrair outros empreendimentos que contribuam com a diversificação de sua economia.
“Estes são os desafios colocados para que a cidade alcance seu equilíbrio econômico e o bem estar social, em razão de este crescimento econômico ser um fator real para os próximos anos. O que prevalece como dado interessante nesta pesquisa é poder constatar que a população se encontra com uma forte auto-estima, fator preponderante para que a região alcance bons resultados”, sintetizou.